domingo, 30 de janeiro de 2011

Prosa ao Amor Antigo



Vejo hoje em dia muitas pessoas dizendo que amam, que acharam amor de verdade, tudo lindo, mas o que vejo hoje é o desejo pela posse, desejo de possuir, de ter pra si, como uma roupa ou objeto qualquer.

Pessoas moldando as outras a sua própria vontade, que tipo de amor é esse que acorrenta, que não respeita, que quer sugar o outro apenas para matar sua própria solidão. Que espécie miserável de amor é esse que suga a vida como um inseto egoísta e maquiavélico.

Pessoas descartam pessoas, por que o tipo fisico mudou, casamentos se desmancham, o amor é tão século 21 obeso, preguiçoso e arrogante. Pessoas não se preocupam se amam e sim se são amadas. Se conseguem manter o dominio territorial. Manipulando o pobre lacaio ao seu interesse.

Onde está o amor que perdoa, que se doa, aquele amor altruísta shakespereano, belo como amanhecer, que sabe dos defeitos e limitações e se propôe ajudar, aquele amor que tem a coragem de dizer a verdade.

Um amor que perdoa o erro na hora mesmo que doa, como um corte na alma, que consegue enxergar o lado bom, que dedica seu carinho, seu pensamento, seu tempo a história do nós. Aquele amor que estará gravado nos galhos envelhecidos das árvores, nas estrelas que testemunharam.

Aquele amor que é capaz de se sacrificar pelo outro, de se machucar, que consegue libertar, que diz eu acredito em você, e eu estou aqui para sempre. Onde está você?

Amor antigo do Romantismo ou da simplicidade bucólica Arcáde, amor corajoso como um herói que se lança no oceano do desconhecido. Eu ainda acredito nesse amor, mas só vejo cópias doentias e bizarras de um tal de "amor" que só serve para bajulação e atenuante da solidão própria.

3 comentários:

A Equilibrista disse...

As pessoas se satisfazem com sentimentos express e amostras grátis de amor.
Mas ainda assim acredito. Ainda pressinto O Amor! Aquele que resgata brilho nos olhos. Aquele que só o prazer da companhia satisfaz. Aquele que diz mil palavras apenas com um simples olhar. Aquele que deixa corações aos tropeços...
Existe uma frase (sua autoria é desconhecida por mim) que resume tudo o que deveria ser o amor: "Não amo você porque preciso de você. Preciso de você porque te amo".
Lindo da teoria, (infelizmente) difícil na prática. Mas acho ela perfeita.

Excelente texto como sempre!

Thata disse...

poxa ju, que sensibilidade. realmente, o amor não deve ser descartavel como um objeto. nem um alibe somente contra a própria solidão ( seria egoísta demais). te adoro!! Thata

Vanessa Aticuruman disse...

Junior, parabéns pelo texto. Eu amei. *-*

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