Aos Namorados

Namorados sentados na praça, em um daqueles bancos de madeira velha, fim de tarde e a Dona Lua vem preguiçosa hoje. São um mundo a parte ELA o olha com olhos de ternura, com um amor inquieto pelo desejo de aquele momento nunca acabe, seu nariz treme seus olhos marejam. Já ELE mexe muito as sombrancelhas, sorri de forma discreta gagueja um pouco ( homens péssimos em externar os sentimentos ), batendo os pés levemente no chão tomado pela levitação, que ELA lhe proporciona.

ELA parecia ambiciosa pelos sorrisos dele, suas mãos inquietas procuravam qualquer motivo bobo, para sentir a pele dele, se aninhar nos braços e se sentir protegida contra o mundo. Apesar de ser meio atrapalhado, ELE aprendeu sobretudo a admirar a criatura mais perfeita, que Deus colocou na face da terra, mas se você caro leitor for um evolucionista, a natureza concedeu após anos e anos de evolução.

Percebi que cada vez que ELA o abraçava ( e não foram poucas vezes ), ELE fechava os olhos talvez para prolongar a sensação daquele mundo que estava no abraço dela, ou simplesmente armazenar aquele abraço em um depósito, para as necessidades futuras.

As expressões do rosto dela pareciam várias ao mesmo tempo, felicidade por ter encontrado o amor de sua vida, o medo de que um dia a morte o levasse ( parece exagero, mas pergunte para os que amam ), tristeza pelos casais que não sabem desfrutar isso, alegria por todos momentos que virão, coragem para os momentos de indecisão. Era um espetáculo, quando ELA parava atônita olhando para aquela margarida que havia ganhado.

ELE não queria mais sair dali, era onde apesar de toda sua insegurança se sentia um vencedor um herói desses da mitologia grega, era tomado por um espírito de nobreza e bravura para proteger tão preciosa flor. Era bonito ver essas conversas sem palavras que os que amam praticam sempre.

E tudo isso em um banco de praça.