Ele se apaixonou há minutos atrás.
Fazia exatamente cinco minutos, ele conferiu no relógio de pulso antigo e apesar do pouco tempo, ele simplesmente não sabia como tinha acontecido e também lhe causava um estranhamento a precisão do momento, cinco minutos antes ele estava como sempre, solitário, aborrecido e taciturno.
Cinco minutos depois ele estava apaixonado, coisas estranhas acontecem sempre com ele, se entregou a uma situação sem entender muito bem. Enfim era um homem apaixonado, mas afinal por quem?
O triste e cômico ao mesmo tempo é que não existia “quem”, a mulher que ele idealizou, a atrapalhada de cabelo curto e óculos grandes, com roupas da década de 50, você se lembra dela leitor? Mas ela não apareceu e cá entre nós é provável que não apareça.
Mas então que paixão é essa? Será que ele estava apaixonado pelo nada? Concluiu, enlouqueci. E ele estava lá aquela sensação de paixão, com todas as suas nuances, coração palpitando, cara de bobo ás 6:00 am, desistiu de entender, seguindo o conselho do velho Bukowski, só sentiria.
A inegável vontade de viver, de descobrir os mistérios que cerca a vida, o bom e velho Louis Armostrong rolando em seus fones de ouvido, com todas aquelas caretas lindas, das suas músicas, foi revelador, ele era ainda o mesmo, o sozinho, mas sua mente estava alterada. Se apaixonou pela vida, por cada pessoa , descobriu que era compensador passar um tempo nesse mundo.
E agradeceu ao velho Louis.
2 comentários:
Po vei, foda demais... Arrepiei os pelos!
Bateu uma saudade danada disso aqui!
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