domingo, 31 de julho de 2011

Metamorfose


Sentado na ponte da solidão.
Garoa fina, molha o velho paletó.
Iluminado apenas, pela luz de um poste velho.
Sabe o que deve fazer.

Em sua mão.
O brilho afiado de uma lâmina.
O Cega.
Doces Rios escorrem de seus olhos.

Na outra mão.
Seu retrato, aqueles olhos curiosos.
Sua mão desajeitada e bela.
Seu sorriso de dentes infantis.

Coloca o retrato no paletó.
O amor pulsa, dentro do seu frágil corpo.
A Faca no ar, se desloca rapidamente.
Perfura.

Do corte sai Luz
Amor flutuante.
Ele olha e sorri o sorriso do descanso.
O amor rejeitado sobe, para as nuvens pesadas.

Se transforma em fina garoa.
Aquele amor que foi todo seu.
Será distribuido sem distinção.
Em um balé aquático.

E o corpo inerte.
No chão gelado.
Com uma estranha expressão.
Banhado pelas gotas do amor.

A vida se esvai.
Música das lembranças.
Mão apertando uma foto, em um bolso.
Já não é mais triste.

Já não é.

4 comentários:

Ana disse...

é bonito, mas é triste sim, meu amor.
o amor foi feito pra banhar a vida!

A Equilibrista disse...

Concordo com a Ana.
Que venham dias melhores meu amigo

Marta disse...

Este sim foi o ápice de uma metamorfose...consumador!!

Anna Paula Passini disse...

Concordo com a Ana também, mas o amor se faz pra ensinar também e muitas vezes o sofrimento traz isso, esse ensinamento de que possamos viver melhores, que possamos nos tornar melhor e meu anjo, você sempre se torna.

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