quarta-feira, 4 de maio de 2011

Aos Jardineiros


Sempre anda sozinho com suas roupas amarrotadas.
Se levanta sempre antes do sol.
Pele queimada e mãos calejadas.
Pelos instrumentos, que machucam e trazem a vida.


Chega ao seu campo.
Cheio do nada.
Solo negro.
Da desesperança.


Mas ele tem um dom.
Os olhos que enxergam o futuro.
Se olhar para os olhos de um jardineiro.
Verá aquela chama, que incendeia.


Seu trabalho começa, as cruéis ferramentas.
Rasgam a terra, ela se retorce em dor.
Mas ele não pode parar.
Um golpe após o outro.


Choro, gritos e urros.
Mas ele vem com todo amor.
Deposita seu maior tesouro.
Sementes, pequenas mais carregadas de poder.


A vida do jardineiro está ali.
Sementes dos bons sentimentos.
De vida e sonhos.
E enterrada bem fundo.


A semente do amor.
Do amor verdadeiro.
Sem fingimentos.
Só ternura.


Ele vê as mais belas flores.
Que aquele chão, outrora morto.
Dizimado pelas catástrofes do seu microcosmo.
Devastado pela decepções e frustrações.


Nunca iria imaginar.
Mas o jardineiro, já viu isso acontecer.
Muitas e muitas vezes.
Deita em sua rede.


Olho para a leve chuva.
Que se esconde nas nuvens.
E sorri, o sorriso do bom trabalho.

A você minha jardineira das terras longiquas.

2 comentários:

A Equilibrista disse...

Vc é meu jardineiro... Se a "flor" aqui está desabrochando é pq tem o seu cuidado. Obrigada por plantar essa sementinha e rega-lá com tanto carinho. =]
Te amo tanto amigo!

Vanessa Aticuruman disse...

Nossa! Muito muito muito bom! Júnior, parabéns!
;**

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