quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Pingente da Lembrança


Sou o velho de olhos opacos.
Curvado, pelo peso da solidão.
Segurando uma máscara de sorriso.
Interpretando magistralmente.

Nem sempre fui assim.
Já fui capaz de correr.
Com velocidade, pelo campo do amor.
Te levantar em direção ao céu.

De superar o cansaço do meu corpo.
De sorrir com a lembrança do seu rosto.
Chorar por ter ido embora sem fazer as pazes.
Fazer surpresas, mágicas e torradas.

Fui capaz de te ferir.
De curar nosso pequeno amor.
De gerar um amor crescente.
Escrever nas árvores.

De sonhar, já fui capaz de sonhar.
Nosso amor era via láctea.
Sonhos de uma beleza ímpar, únicos.
Unimos nossas vidas.

Você se foi e levou ela com você.
Sento aqui, olhando esse amor que ficou, em um pingente.
Pendurado em meu pescoço.
Me fazendo recordar dia após dia.

Contando uma história.
Feito conto de fadas.
Sou lembrança de outrora.
Sento esperando, pelo nada.

3 comentários:

A Equilibrista disse...

Amores serão para sempre amáveis certo?
Vou me sentar bem ao seu lado. Somos companheiros nesse infindável mar de solidão.

Marta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marta disse...

Dia desses li palavras de um amigo que só conheço em essência,que diziam:(...)esticamos tudo, por que no fundo somos viciados no flagelo de nossas almas.


Mas acredito que um dia tudo se fará diferente.

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